Falhado o tão desejado apuramento para a Liga dos Campeões, a equipa do Benfica tem estreia marcada na fase de grupos da Liga Europa na próxima quinta-feira. O primeiro adversário na prova onde as “águias” procuram chegar longe, impulsionadas pela ambição de Vieira, dá pelo nome de Lech Poznań, equipa que ficou a apenas quatro pontos do título de campeão polaco na última época.
BENFICA COM AMBIÇÃO ALTA NA EUROPA
Tem sido uma constante ao longo dos últimos anos, apesar do insucesso recorrente após o final da primeira época com Rui Vitória.
A vontade que existe internamente de fazer do Benfica um nome pujante no futebol europeu, por força de campanhas firmes na Liga dos Campeões levou, inclusive, a direção encarnada, em período pré-eleitoral, a fazer um dos maiores investimentos (valores bem próximos dos 100 milhões de euros) da história do clube, neste defeso.
No primeiro jogo oficial de 2020/21, que marcou a reestreia de Jorge Jesus como sucessor a título definitivo de Bruno Lage, o Benfica não fez por ser feliz e foi derrotado, na Grécia, pelo PAOK Salónica, na 3.ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões.
Falhado o apuramento para o “play-off”, as águias perderam a hipótese de estarem presentes na fase de grupos da prova milionária da UEFA pela 11.ª época consecutiva e apontam agora baterias a uma campanha de sucesso na Liga Europa.
Se, na “Champions”, seria extremamente difícil sonhar com mais do que os oitavos ou quartos-de-final (existe sempre o fator sorte associado aos sorteios da fase a eliminar), nesta segunda divisão da elite europeia o vice-campeão nacional pode aspirar a repetir a presença na final, algo que curiosamente conseguiu por último com Jorge Jesus.
VIEIRA VOLTA A FRISAR DESEJO DE TÍTULO EUROPEU… À ENTRADA PARA O ÚLTIMO MANDATO
Estão marcadas para o final deste mês de outubro as eleições para os órgãos sociais do clube da Luz, mas tudo aponta para que seja o candidato – e presidente desde 2003 – Luís Filipe Vieira a bater a concorrência de João Noronha Lopes, Rui Gomes da Silva e Bruno Costa Carvalho.
No passado fim-de-semana, momentos após a quarta vitória consecutiva do Benfica na Liga NOS, frente ao Rio Ave (3-0), Vieira esteve em direto na RTP e falou do passado, do presente e do que pretende para o futuro do Benfica.
Depois de ter garantido publicamente que, a vencer as eleições, partirá para o que será o último mandato (por período vigente de quatro anos) na liderança da direção encarnada, Vieira foi taxativo quando questionado sobre a prioridade do Benfica nesta época: entrar em todos os jogos para vencer.
Não obstante, o atual “número 1” benfiquista reforçou o desejo de conquistar um título europeu. Ora, a avaliar pelo objetivo constante todos os anos do Benfica sagrar-se campeão nacional (e entrar diretamente na Liga dos Campeões por essa via), deve passar pela atualidade o sonho de Vieira.
LECH POZNAN, O “PATINHO FEIO” DO GRUPO D
No Grupo D, o Benfica estará ao lado do vice-campeão polaco em título, mas também de Rangers e Standard Liège.
A avaliar pela informação assegurada pelo Transfermarkt, a equipa do Lech Poznan é a que menor valor de mercado global tem no seu plantel principal: 26,3 milhões de euros – um montante que difere consideravelmente dos 308,88 milhões em que o plantel de Jesus está avaliado.
Ora, o Lech Poznan conquistou o título de campeão nacional na Ekstraklasa pela última vez em 2014/15 e, na última temporada, conseguiu a sua melhor prestação desde então, ao terminar na 2.ª posição da fase de apuramento do campeão, a três pontos do Légia de Varsóvia.
Um dos destaques do plantel do Lech é o médio português Pedro Tiba, peça fundamental no miolo da equipa comandada por Dariusz Zuraw, técnico de 47 anos que está no comando principal do Lech há cerca de um ano e meio.
Para marcar presença nesta fase de grupos, o Lech Poznan teve de superar as três pré-eliminatórias e o “play-off”. Nos três primeiros compromissos, que tiveram início a 27 de agosto passado, o Lech eliminou, respetivamente, o Valmiera/BBS (Letónia), o Hammarby (Suécia) e o Apollon (Chipre). No “play-off”, a vítima foram os belgas do Charleroi.
Entre as principais figuras desta equipa, que apesar de ter teoricamente a mais fraca do grupo merecerá todo o respeito e atenção por parte do Benfica (sob pena de interromper o ciclo de vitórias já na 1.ª ronda da Liga Europa), estão Mikael Ishak (avançado sueco que já leva sete golos em 10 jogos), o médio espanhol Dani Ramírez (três golos e três assistências em 10 partidas) e o central Lubomir Satka (apesar da posição, já soma quatro assistências).
Nota de destaque ainda para Jakub Kaminski e Filip Marchwinski, ambos com apenas 18 anos de idade, mas das das maiores jovens promessas da atualidade no futebol polaco, com uma contribuição ativa no sucesso já obtido pelo Lech Poznan em 2020/21.