Jogo referente à meia-final do britânico torneio de Eastbourne. O italiano Seppi e francês Simon vão medir forças com o intuito de marcar presença na final de Domingo.
Seppi, 29 anos, é o 26º do ranking ATP. Teve como ídolo na sua infância, o russo ex-tenista número 1 do mundo, Yevgeny Kafelnikov que contra o brasileiro Gustavo Kuerten protagonizou excelentes encontros.
Seppi tem na terra batida a sua superfície preferida apesar de ser bastante competente nas restantes. É um jogador com qualidade, completo e não tendo no seu arsenal de pancadas nenhuma que se destaque das demais, procura fazer da sua consistência e solidez no fundo do court os seus principais trunfos.
É um tenista equilibrado e muito racional. O seu jogo não sendo propriamente muito ofensivo, também não é defensivo em excesso. É a sua quinta participação neste torneio. O ano passado chegou à final onde foi derrotado pelo ex-tenista Andy Roddick.
Em 2011, chegou mesmo a conquistar este troféu fruto da desistência, na final, do seu adversário, o sérvio Tipsarevic. Nesta edição, começou por derrotar o francês Guillaume Rufin (3-6 6-3 6-4), seguiu-se o norte-americano Ryan Harrison (3-6 7-5 6-3) e hoje (ontem) o checo Stepanek em sets directos (6-4 6-2).
Simon, 28 anos é o 17º da hierarquia mundial. Joga relativamente bem em todas as superfícies e é um jogador extremamente consistente. Essa é a sua principal arma, a consistência.
Apelidado muitas vezes de “passa-bolas”, Simon, no meu entender, é mais que um simples “passa-bolas”. É manifesto que o seu jogo não é muito ofensivo. Todavia, é capaz de excelentes acelerações que, recentemente, tem feito com mais frequência.
Apresenta uma resistência física considerável e é através dela que consegue ir desgastando os seus adversários. O serviço não sendo um portento, também não é mau de todo. E diga-se, em tom de brincadeira (com alguma verdade) que, em relva, todos os tenistas servem bem.
Esta superfície faz dos bons serviços, serviços ainda mais eficazes e “ajuda” com aqueles serviços mais fraquitos. Participa pela segunda vez neste torneio. Em 2010, foi eliminado por Llodra nos quartos-de-final.
Teve um “bye” na primeira ronda fazendo, deste modo, a sua estreia na segunda. Eliminou o britânico Kyle Edmund num jogo equilibradíssimo que terminou num duplo 7-6.
No confronto directo Simon lidera por 3-0. Contudo, importa salientar que os encontros já foram disputados há alguns anos. O último foi em 2008 e Simon venceu por 7-6 5-7 6-4.
Seppi tem aqui pontos a defender do ano passado. Acresce a isto o facto de saber o que é ganhar este torneio. Os seus índices de motivação e empenho aqui em Eastbourne estão no auge.
Para tal, basta ver que Seppi, nos dois encontros anteriores, começou a perder e, não dando os jogos como perdidos, foi buscar o seu melhor ténis para no final sair vitorioso.
Não acredito minimamente que o italiano já esteja com a cabeça em Wimbledon. Por seu turno, Simon, estando tão perto de mais uma final também não acredito que não se empenhe neste jogo e o deixe “correr”.
As odds indicam-nos o favoritismo de Simon, provavelmente devido ao ranking e ao confronto directo entre ambos. No entanto, eu acredito que Seppi possa levar a melhor e marcar presença na final de Domingo. Apesar da odd para a vitória do italiano estar apetecível, eu vou “jogar pelo seguro” e ir no handicap a favor de Seppi.