Parece estupido não parece? Mas sim, os que apostam ao vivo podem falar um pouco sobre isto, porque muitos só olham para as “stats”, evitando as viesses do jogo. Hoje vou tentar um pouco desmistificar a ideia que temos que ver os jogos para apostar, ou então, ver e rever dezenas de resumos para fazer uma aposta digna de seu nome.
APOSTAR SEM VER OS JOGOS
Sei que posso tocar em alguns dogmas ou princípios de alguns apostadores, mas nem sempre, um mais um pode dar dois, certo?
Bem, vamos por tópicos como já estão habituados e tentar explicar o meu artigo de hoje, apostar sem ver os jogos. Perdoem-me os mais céticos, mas hoje este artigo sai para a rua!
SERÁ POSSÍVEL APOSTAR SEM VER OS JOGOS?
Desculpem-me a franqueza, mas acredito que sim, muitos Punter’s não vem os jogos e eu sou sincero, também não vejo na hora em que aposto. Confesso que outrora até gostava de corrigir as posições em Live, mas neste momento prefiro apostar e ficar quieto.
A culpa está no mercado, cada vez mais Sharp e eu tenho a noção que perco a capacidade de precificar corretamente, aliás muitas das vezes pergunto-me se já não está bem precificado.
O edge e o valor – Apostas de Valor (Value Betting) – como queiram chamar está muitas das vezes e em muitos jogos no limiar do ridículo, obriga-nos por vezes apostar no nosso limiar da razão segundo a Teoria do valor.
Mesmo assim confesso que gosto de ir ver o que correu mal, se perco aposta, gosto de ir ver o que se passou. Por vezes o famoso fator sorte não esteve connosco, ou melhor, com aquele avançado que falhou o penalti.
Mas prefiro perceber que a minha ideia estava lá tinha alguma razão de ser, e claro a parte mais importante relativizar essa perda. Claro que na visualização do após jogo, posso arrepender-me amargamente de ter ido naquela linha ou aposta.
Tudo faz parte do jogo, a analise do após jogo considero que ainda não consegui largar, a quem me diga que se está ganha está ganha, se está perdida está perdida não podemos fazer mais nada. Mas ponho-me a pensar, se perder muitas, tenho que me obrigar pelo menos a verificar o que se passa.
Agora se alguns reds aparecem e sabendo, claro tendo amostragem do meu modelo ou método de aposta, penso que o melhor é seguir em frente. Mas mesmo assim gosto de saber sempre o porquê da perca daquela aposta, está-me no sangue. Sempre ouvi dizer que se aprende com os erros, pois não consigo ainda fugir disso.
Mas isto leva-me a dizer e arriscar, que apostamos às cegas, sim é verdade, muitos de vós já perguntam, bem em que te sustentas sem saberes nada das equipas?
Bem resposta manhosa aquela que eu vou dar, porque não dissecar as “stats” de cada equipa. Porque não olhar para a precificação de algumas casas de apostas? Se o conhecimento está generalizado e refletido no mercado, porque não me “guiar” por esses relvados fora.
As “estatísticas para apostas desportivas” tem um forte potencial, se bem trabalhada, e poderão nos dizer muita coisas, até antecipar momentos menos bons que se aproximam das equipas.
Confesso que ainda não consegui desenvolver o meu modelo nesse sentido, mas vários são os sites que nos podem ajudar, através da análise estatística e antecipar algumas quebras de performance.
Claro que neste campo o “ver os jogos” era fundamental, certo? Mas não é esse o tema de hoje, a minha ideia e tentar transmitir que se pode apostar sem ver jogos.
MODELIZAÇÃO – UM PASSO
Posso falar apenas do que sei, a modelização é um pequeno passo para apostar sem ver os jogos. A combinação técnica entre os dados estatísticos, entre outros fatores de ponderação podem levar-nos a “cegar”, por aquela aposta que vamos fazer.
A precificação das casas, “market makers” e pelas casas europeias ajudam-nos também a perceber o que lhes passa pela cabeça. Combinando pelas diversas correlações e power rakings, entre outros dados relevantes, como por exemplo os xG (Expected Goals -xg) podemos ser exímios e perceber o que pode resultar num jogo entre duas equipas.
Modelizar futebol não é de todo tarefa fácil e desde que modelizo, digo-vos ganhei anos de vida, ou melhor mais qualidade de tempo. Tendo um modelo automatizado, ou com ajuda de linguagem computacional como Pyton por exemplo, apenas fazemos um “click” e obtemos o veredicto final.
Não é tudo dizem vocês, não, não é mesmo, mas para os dias que correm, para que eu estou a perder tempo a ler mil notícias sobre o jogo se as casas de apostas já sabem delas todas e em primeira mão. Eu não posso estar acordado ás 4 ou as 5 da manha para abertura de linhas na Asia, então porque apostar até diria?
Obvio que tem que ter um equilíbrio e se uma modelização me permite “respirar” e apostar até com qualidade porque não aceitar este tipo de apostas.
Acredito que em certos jogos, as casas de apostas sabem melhor que eu se o Messi dormiu bem ou não!
De facto, estes fatores, deixaram-se sempre reticente no real valor de uma odd, por muito o que nós possamos precificar da melhor maneira.
A luta é enorme, primeiro a precificação, matéria dura de se conseguir atingir já para não falar do tempo que se demora a precificar e a sermos exímios precificadores no futebol.
Depois estar à espera das “odds de Abertura” na Asia para ir “comer” os bookies, os mal precificados e depois nas casas europeias, as casas mais lentas, digamos andar a comprar odds no mercado. Agora a questão que me surgia durante alguns anos como apostador era, será que este esforço todo vale a pena?
Vale sempre a pena, eu é que não tenho vida para isto, mas se conseguir dar a volta a isto, poderei ser mais Sharp no mercado, certo? Assim concordei muito na abordagem da modelização e claro ajuda-me afastar das viesses cognitivas que por vezes tinha quando televisionava os jogos de futebol.
ADEUS AO LIVE E AS COBERTURAS
Vou ser mau neste tópico, mas sim, adeus as apostas ao vivo, que cada vez mais estão mais bem precificadas e com edge SEMPRE para casa de apostas. Basta perceber que a odd de abertura de uma Live é uma CLV – Closing Line Value em pré live.
O mercado se for eficiente, na teoria, na prática é outra, aquela odd ao entrar em Live já está “fair line / odd justa” no seu começo. Falo também das coberturas, claro, que nos obrigam a expor-nos cada vez mais e as casas mais esfregam as mãos.
Arriscamos em demasia, e sofremos com mais viesses ainda. Obrigam-nos arriscar e ainda nos obrigam a sair da zona de conforto numa gestão de banca dita saudável. A gestão de banca nas apostas não deve sofrer com “riscos”, do tipo, arrisco mais um pouco aqui!
A banca deve ser levada com tranquilidade e ir-se ajustando ao que vai acontecer, ela deve ser modelada conforme os nossos acertos ou percas.
Agora outra questão, se eu aproveito algumas coisas em live? Sim aproveito, claro que sim, nem tudo é só preto ou branco, também existem algumas zonas cinzas para se explorar, mas nos jogos todos e a toda a hora e todos os dias? Não, não é verdade o cinzento não aprece sempre.
E aqui voltando ao tópico anterior a modelização ajudou-me a perceber que as zonas cinzas são cada vez menores, e a culpa é dos nossos apostadores ao vivo que ensinam cada vez mais as casas ajustarem-se a aprenderem como ele “sacam” dinheiro!
As casas aprendem com os erros, tal como nós, e por cada apostador ao vivo bom, perde-se mais 4 a 5 jogos por dia em média de valor em apostas ao vivo, arriscaria estes números deitados para o ar!
Obvio que os bons serão seguidos por muitos estes que seguem apostam cada um na sua casa de apostas favorita. Caramba todas estão a aprender ao mesmo tempo, umas levam com stakes em odds mais baixas e outras levam com stakes em odds mais duras em cima. Para mais informações As linhas nas apostas
Deixa-nos a pensar que em breve, aquele valor que se via alguns tempos atrás já não volta a acontecer. Deduzo por isso, que muitos bons apostadores ao vivo, aparecem e desaparecem, claro, o seu método infalível vai ser observado pelas casas e em breve deixa de ser método ou deixa de ter valor para ser passível de uma aposta. Pensem nisso!
CONCLUSÃO
Calma, não quero ter razão com o que escrevi, não quero dizer que agora o que vale é a modelização e andar atrás de novas metodologias de apostas.
Não, tudo tem o seu valor e tem o seu mérito, mas a questão e hoje era provar por A e mais B que se pode apostar sem ver os jogos e que a modelização possa ser um pequeno passo para ludibriar as casas de apostas. Mas ver jogos pode ajudar, pode, mas por vezes confunde-nos e deixa-nos nas mãos das casas e das viesses.
Não quero ter razão apenas mostrar que temos vida, outra vida, outras maneiras de se abordar as apostas e esta é apena mais uma. Espero que tenham depreendido o que quis transmitir aqui explicando em cada tópico a minha ideia sobre este tema de hoje.
Por hoje é tudo, agora é altura de desconfinar, por isso mais cautelas. Boas apostas e boa sorte!