Estará a Liga NOS a caminho de seguir as pisadas da Serie A italiana? Nos últimos dias, Javi García e Bruno Alves, antigos jogadores de Benfica e FC Porto em fase adiantada da carreira, foram dados como muito próximos de reforçar o Boavista em 2020/21. Isto já depois de Nico Gaitán ter sido apresentado como jogador do Sporting de Braga de Carlos Carvalhal.
INVESTIMENTO DE GERARD LÓPEZ POR DETRÁS DA CORTINA
Em carta publicada há poucos dias, Vítor Murta, presidente do Boavista, apontou à nova temporada como sendo tempo de mudança e garantiu que o capital do clube axadrezado só será alienado se a votação a que os sócios terão direito em assembleia assim o aprouver.
Tudo porque há um forte desejo de Gerard López, presidente dos franceses do Lille (que têm crescido do ponto de vista desportivo nos últimos anos), em investir no clube da cidade do Porto, o que poderá catapultar o Boavista para um patamar competitivo superior àquele em que tem estado desde que regressou ao principal escalão do futebol português.
Ontem, terça-feira, o Boavista comunicou oficialmente que recebeu Nuno Santos por empréstimo do Benfica. O jovem, que na segunda metade da época passada representou o Moreirense, é campeão europeu Sub-19 por Portugal e, aos 21 anos, regressa ao clube no qual iniciou o seu processo de formação.
O médio é o sétimo reforço do Boavista para a nova temporada, numa lista onde se destaca Angel Gomes, jovem avançado de 19 anos que pertence aos quadros do Lille, e que chega ao Bessa por empréstimo, depois de ter passado todo o seu período formativo no Manchester United.
A lista, de resto, compõe-se com Yanis Hamache (ex-Nice), Ricardo Mangas (ex-Aves), Show (ex-Belenenses, emprestado pelo Lille), Jackson Porozo (ex-Santos) e Jorge Benguché (ex-CD Olimpia).
MAIS REFORÇOS A CAMINHO DO BESSA
Segundo as notícias veiculadas nos últimos dias pela imprensa portuguesa, o plantel que estará a cargo de Vasco Seabra estará ainda em vias de receber, em breve, o lateral-direito Tomás Tavares, que deverá rodar no Bessa por empréstimo do Benfica.
No entanto, os dois grandes nomes que o Boavista parece estar apostado em anunciar são os de Javi García e Bruno Alves.
O médio espanhol acabou o contrato que o ligava aos espanhóis do Bétis e, aos 33 anos de idade, é um jogador livre para assinar por quem quiser. Bem conhecido dos palcos portugueses, depois de ter deixado o Benfica, em 2012, para rumar ao Manchester City.
O defesa-central ex-internacional português (96 internacionalizações pela seleção AA de Portugal, com 11 golos marcados) conta com 38 anos no cartão de cidadão, prepara-se, em novembro próximo, para chegar aos 39, mas tem mais um ano de contrato com os italianos do Parma, que tem feito boas campanhas no pós-regresso à Serie A.
A desvinculação com o histórico clube italiano poderá estar para breve, tendo em vista o regresso de Bruno Alves ao campeonato português, onde, a avaliar pelo que tem feito em Itália nos tempos mais recentes, ainda poderá render a um nível bastante aceitável.
CAMPEONATO PORTUGUÊS EM VIAS DE SUBIR UM DEGRAU QUALITATIVO?
Nos últimos anos, tem sido evidente o desnível de qualidade que distancia equipas como FC Porto, Benfica, Braga e Sporting para as restantes da primeira divisão portuguesa.
O forte investimento que os chamados “grandes” conseguem levar a cabo (com destaque para “águias” e “dragões”) – por comparação com os restantes – tem tornado a Liga NOS pouco competitiva, o que automaticamente a deixa fora dos principais menus do futebol europeu.
Os sinais dados neste mercado de transferências por alguns clubes podem indiciar a revitalização da Liga. Assim todos desejamos que seja.
Caso o Boavista consiga ter argumentos para convencer jogadores da craveira de Javi García e Bruno Alves (Quaresma também foi associado, mas o próprio já negou, de forma bastante original, a mudança), podemos estar decididamente a avançar no sentido de ter uma maior competitividade dentro de portas.
O modelo de contratação encaixa na perfeição naquilo que também o Braga já fez neste defeso, com a contratação de Nico Gaitán, argentino de 32 anos, que regressa a Portugal depois de ter representado o Benfica entre 2010 e 2016, antes de jogar ao serviço de Atlético Madrid, Dalian Yifang, Chicago Fire e Lille.
A política de apostar em jogadores experientes, numa fase já bastante avançada da sua carreira desportiva, segue as pisadas de vários clubes do campeonato italiano, que têm colhido, desse modelo de atuação no exigente mercado moderno, um retorno desportivo bastante interessante.