Portugal vs Irão – Mundial 2018:Vou começar por analisar este jogo recorrendo a uma verdade de la Palice
uma frase tão óbvia mas que irei desenvolver. Antevejo este jogo dividido em duas partes.
Até aqui nada de novo, mas se indicar que essas duas partes não terão a mesma duração, e aqui já há algo de diferenciador para explicar a minha ideia. Ora veja:
Portugal é o campeão europeu em título, uma seleção da qual muito se espera nesta Copa do Mundo 2018. No entanto, a este início da seleção das quinas pode descrever-se em poucas palavras: Ronaldo; sem bola, capacidade de sacrifício, atípico. Explico de seguida cada uma destas escolhas:
Ronaldo: Os 4 golos marcados por Portugal tiveram a assinatura de CR7, este facto vale mais que mil palavras. A classe deste jogador, e a capacidade de aparecer nos grandes momentos continuam, mesmo aos 33 anos.
Está em grande forma, é o jogador mais talentoso, mas que junta uma capacidade invulgar que o torna quase infalível nestes grandes palcos. 3 golos à Espanha e 1 a Marrocos foram fundamentais para as aspirações de Portugal até ao momento.
Sem Bola: Portugal realizou dois jogos, e a posse de bola foi reduzida a 34% com a Espanha e a 42% com Marrocos.
William Carvalho, Moutinho, Bruno Fernandes, João Mário e Bernardo Silva, principalmente estes não têm chegado para dar o jogo típico de Portugal com posse de bola e circulação, uma das principais características do adn da seleção das quinas.
Capacidade de Sacrifício: Esta é uma consequência da incapacidade acima descrita. Portugal sem bola é uma equipa mais fragilizada, e embora tenha defendido bem contra Marrocos, nota-se que não é como se sente mais à vontade.
Precisou, e muito, do pouco acerto de Marrocos na hora da finalização. Muito suor, inter-ajuda, e em alguns momentos um verdadeiro sufoco.
Atípico: é uma palavra que descreve bem, na minha leitura, as exibições de Portugal. Empatou 1 jogo e venceu o outro, mas dois jogos em que claramente, o resultado foi muito melhor que a exibição.
Não deixou bons indicadores para o futuro, e sobretudo para jogos com um grau de exigência maior. Portugal, para já volta a passar entre os pingos da chuva!
Em síntese, Portugal não tem entusiasmado, mas tem sido extremamente eficaz, e isso é reconhecido inclusive por Fernando Santos e até José Fonte.
O central Português, no rescaldo do jogo com Marrocos foi ainda mais longe e admitiu não ter qualquer problema em “assinar” o resultado marginal (1-0) a favor de Portugal frisando que o importante é ganhar.
Ou seja, daqui decorre o sentimento comum que ganhar é o mais importante, por forma a passar às próximas fases. Mas, na minha leitura, à medida que a prova avança será necessário identificar e corrigir problemas, e o facto de Portugal não conseguir ter bola poderá ser penoso num futuro próximo.
A verdade é que Portugal depende apenas de si para se qualificar, e neste jogo basta-lhe 1 ponto. Com 4 pontos, tal como a Espanha, com Marrocos eliminado, e o Irão com 3 pontos, batará não perder para assegurar o objetivo mínimo, a qualificação.
Daqui resulta o primeiro fator crítico neste jogo: o conforto que Portugal tem podendo jogar para dois resultados.
Já do lado do Irão, e em oposição ao conforto de Portugal, os iranianos apenas têm um resultado possível, para chegarem ao apuramento. Ou vencem ou regressam a casa. Esta pressão, e a consequente “obrigatoriedade” de vencer é algo que esta seleção não está habituada.
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Isso afetará a forma como poderá abordar o jogo, sobretudo nos últimos minutos, caso o jogo se mantenha empatado. Daqui resulta a tal frase Lapalissada do jogo ter duas partes, mas muito distintas e sem a mesma duração, ou seja:
O Irão é das equipas que melhor coloca em prática as ideias do seu selecionador. Podemos mesmo dizer que é das seleções mais fiéis àquilo que o seu treinador lhe pede para fazer em campo.
No entanto, esta “fidelidade” requer muito trabalho, concentração e uma forma de jogar já muito enraizada, com automatismos muito fortes.
É mesmo a maior força desta selecção, e tudo o que passe por alterar esta forma de jogar poderá custar caro à seleção iraniana. A manta é curta, e o esticar da mesma irá destapar outras partes, e aí Portugal tem capacidade para explorar essas oportunidades.
No entanto, Carlos Queirós sabe que o jogo é para ganhar em 90 minutos, e por isso não tenho dúvidas que o Irão vai jogar grande parte do jogo como se não precisasse de vencer.
Jogará no seu registo habitual, e aí teremos um jogo duro, com pouco espaço entre defesa e meio campo iranianos, uma seleção solidária e que joga com uma dedicação invejável.
Por isso, ou Portugal tem, novamente, a capacidade de marcar bem cedo, como fez a Marrocos, ou será mais um jogo tendencialmente de under, e muito equilibrado.
Na minha leitura, este jogo poderá ser divido em duas parte, uma de 70 minutos – a parte normal, com as duas equipas a jogar no seu normal,
e uma parte de 20 minutos onde o irão começará a aventurar-se mais, e com tendência ao jogo partir, e ser decidido no espaço concedido através das transições.
É aí que as chances de Portugal vencer aumentarão de forma exponencial.
Assim, e sem me alongar mais, acredito com um Irão igual a si mesmo, durante grande parte do jogo. Mesmo que sofra um golo, tem capacidade para dar muito trabalho a Portugal, tal como fez com a Espanha. A reação que teve nesse jogo foi extraordinária, e serve de aviso a Portugal.
No entanto, com a forma de Cristiano Ronaldo, Portugal não precisa de muitas oportunidades para fazer golos. Acredito que Portugal volta a marcar, e se não for antes do minuto 70 será depois, com o Irão balanceado no ataque.
Prognóstico Portugal vs Irão:
Uma ultima nota para as alterações que Fernando Santos possa fazer. Aqui não é tão claro que faça alterações como no 2º jogo, precisamente por essas alterações não surtirem efeito.
João Mário não trouxe nada de novo, Bruno Fernandes também não esteve bem no 1º jogo, e apenas André Silva volta a ser falado, mas também se questiona até que ponto poderá ser útil, numa equipa que tem pouca posse de bola.
Acredito que a principal preocupação de Fernando Santos seja a de encontrar capacidade para Portugal ter mais bola. João Moutinho esteve ausente das últimas duas sessões de trabalhos, devido a gripe, mas hoje já integrou os trabalhos sem qualquer limitação.
Resta saber como está fisicamente, mas se estiver ok continuará de pedra e cal no onze de Fernando Santos.
Caso não esteja a 100% Adrien será o seu substituto, mas aí retira opções a Fernando Santos, que poderia lançar o jogador até como alternativa a William Carvalho.
Irão vs Portugal |
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Portugal a |
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