Esta semana fui confrontado com a questão de um apostador português, que aposta na legalidade numa determinada casa de apostas, e que se viu Limitado nas Apostas.
Limitado nas Apostas, onde apenas pode colocar uma determinada quantia, que a casa de apostas o obriga.
Bom segundo a Lei portuguesa que regula as apostas online, determina que o jogador não deverá ser limitado, a não ser que a casa de apostas o diga e que esteja explicito nos T/C (termos e condições).
Caros apostadores, até aqui tudo bem, não queremos ser tolos, sabemos que as casas de apostas são empresas, e que obviamente se querem proteger.
Obviamente que as casas colocaram estes “limites de apostas” nos seus T/C mas diria já que para mim não faz qualquer sentido.
Os valores definidos por elas, rondam os 15 mil euros em meia dúzia de meses, o que em contas muito superficiais, apostar 1 euro por dia em odds mínimas de 1.40.
Parece fácil até porque as odds em Portugal devido à taxação estão como estão e vocês sabem bem disso.
Esta situação deixou-me bastante apreensivo, sobretudo quando pensamos em fazer ou ter algum futuro nas apostas desportivas, ou fazermos disto, vida!
NÃO!
Desculpem desiludir-vos, mas viver de apostas em Portugal, única e exclusivamente apostar é impossível!
Porque? Passo a explicar!
Primeiro, ponto e muito importante a questão das odds oferecidas pelos Casas de Apostas portuguesas, que rondam odds muito comidas, diria e arrisco a dizer odds “inventadas” odds irreais!
As odds oferecidas pelas casas de apostas não são reais, não são odds “dadas” por um oddsmaker, e que estas sejam passiveis de ajustes por este ou aquele pormenor, mas sim esmagadas pelos impostos, da Lei em Portugal!
As odds que vocês vêm nas casas de apostas em Portugal, não passam de um engano, pois estas não são na direta probabilidade do que vai acontecer no evento, mas sim uma inflação imposta à odd real ditada por um oddsmakers ou outro tipo de software para o efeito.
Assim, caros apostadores, tenho até a vergonha de vos dizer aqui, que andamos a brincar às apostas. Com odds destas, que nos obrigam a ter uma Hit Rate enorme, e com as limitações de apostas, e obrigando-nos a esticar a corda e a perder o nosso “controlo” sobre as mesmas, é brincar.
Brincar, mas de uma maneira cega e dolorosa, pois seja o valor, ou seja, de uma maneira lúdica ou até ser um semi-profissional, é complicado ser independente nas apostas desportivas em Portugal.
O controlo da odd, por si só muito complicada de “gerir”, depois o amasso da taxação, e depois o controlo da stake, e da odd mínima para o efeito, deixa-nos à mercê das casas de apostas portuguesas!
Já basta os Mind Games, que as casas de apostas usam para nos derrubar, para ficarem com as nossas bancas, ainda temos que lidar, com:
ou apostas assim ou então és limitado nas apostas.
Torna-se então um caso complicado de lidar, a realidade em Portugal não é famosa, é certo que é melhor que o “nada”, mas é totalmente contra nós, apostadores, sobretudo, aqueles que até acertam umas apostas.
Ser lucrativo em Portugal não é bem aceite pelas casas, pois as formas tomadas por elas, estão mais que protegidas para a desgraça provocada por um ou mais apostadores bons, já nem falo dos profissionais!
Tudo se coloca a jeito para não perder dinheiro, o Estado, arrecada ao volume, e as casas baixam as odds, e limitam as apostas quando vocês percebem da “poda”. Todos ganham, uns não perdem muito, e outro ficam sujeitos ao que têm!
Para relembrar que apostar fora de uma casa regulamentada pelo nosso regulador (SRIJ) poderá ocorrer de multa ou outro tipo de sanções!
Fala-se muito que o mercado ilegal está cada vez maior, números apontados pelo próprio regulador e muitas vezes debatidos em várias audições sobre o tema.
A realidade é nua e crua, o ilegal seduz? Claro que sim, mas deixa-nos na mão e ainda mais na mão.
Qualquer jogador que jogue no mercado ilegal, para além de estar a ocorrer numa infração, está sujeito ao bom e mau humor daquela casa de apostas.
Um facto que até lá, poderá aqui e ali “safar-se” mas voltamos ao mesmo, esta casa, mesmo no ilegal, vai fazer o mesmo.
Primeiro limita as apostas, não deixa resgatar os vossos fundos, e até acaba por fechar a conta, assim do nada.
Voltamos ao mesmo? Sim voltamos, é que nem no ilegal se pode estar e nem se deve estar!
Conclusão?
Triste, mas factual, neste momento em Portugal, nada serve andar aqui a “espalhar a nossa magia” como eu costumo dizer, porque mais cedo ou mais tarde vamos estar sujeitos a Lei e aos contornos da Lei.
Vamos estar “sempre” nas mãos das casas de apostas, vamos estar sempre condicionados a quem nos oferece este “serviço”, certo? Questões muito importantes que devemos ter é reter para nós, e para muitos apostadores, terem a noção ao que estamos sujeitos na legislação portuguesa.
Por vezes lutamos muito por ela, pois claro que é benéfica, o tal User que teve problema, conseguiu reaver o seu dinheiro, por exemplo, lembram-se? Isso também nos dá tranquilidade e confiança.
Falta um bocado assim, diria, para sermos todos um pouco mais felizes, e quem sabe até podermos viver disto.
Quero pensar que possamos mudar em breve, para já não, eleições à porta, e se o atual Governo se mantiver, não acredito que mexam na legislação, até porque todos estão confortáveis, certo?
Menos nós!
De facto, até numa mudança de partido num futuro Governo em Portugal, não vejo passível de mudança á Lei do jogo online. Todos ganham, uns pagam, mas também sabem sair no lucro, e outros vêm a suas bancas de apostas simplesmente a desaparecer ou a verem-se condicionados apostar!
Estas questões deixam-me apreensivo em relação ao futuro, ao nosso futuro e ao que podemos fazer até lá!
Nada? Sim até porque a ANAon pouco tem feito, e bem que se diga, não tem “armas” para mais, pois como disse anteriormente, todos estão bem, menos nós.
Que nos resta fazer? Nada, não podemos ir contra a Lei, mesmo que o façamos vamos estar ainda mais sujeitos às vontades das casas de apostas, então porque de ir de cavalo para burro? O cenário é escuro, seria necessário mudar mentalidades, seria necessário mudar conceitos, para que alguém pudesse olhar para nós.
Isto está mesmo “feito” para os apostadores lúdicos, não para aqueles que fazem as “Fair Lines”, aqueles que têm gestão de banca, e aqueles que sabem ver as ratoeiras das casas de apostas.
Assim, dá vontade de desistir, pois dar a volta a isto tudo, é cansativo, é muito trabalhoso, pois já basta a dedicação que isto tem que ter, para que sejamos bons, nas apostas online! Os apostadores lucrativos estão a passar um dos momentos mais complicados, muitos pagam contas à conta disto e está a ser cada vez mais complicado o fazer.
Lembro-me de um dos conceitos principais na Economia, é que o dinheiro tem que circular, não convêm retê-lo isso desajusta os mercados e dá cabo do poder económico. Reter moeda é um dos piores conceitos a ter em conta na Economia.
Claro tudo tem que ser equilibrado, eu quero pagar impostos, eu quero ter escolas melhores hospitais de referência, eu quero o melhor, eu pago, mas… Sim, mas, deixem-me também “ganhar”, deixem-me também poder decidir onde irei colocar o meu dinheiro, o que comprar porque simplesmente sei analisar um jogo e faço as apostas certas e ganho dinheiro com isso.
Estar, na teoria e na prática, impossibilitado de ser ganhador nas apostas desportivas é sentir-nos um pouco à margem. Já não basta de sermos rotulados, como viciados e ainda teremos que lidar com isto.
Obviamente que muitos, saíram deste país, muitos procuraram outras alternativas para continuarem no seu caminho e um dia viverem exclusivamente das apostas online. É complicado ver material humano tão bom e qualificado, nas apostas online, refiro, que tanto podia ajudar o nosso Portugal e deixamos que eles o façam noutros países.
Em suma e para não falar em mais desgraças, o cenário não é fácil para quem quer fazer disto, vida. A ideia que quero passar aqui, é que se tenham a consciência que mesmo estando a apostar legalmente em Portugal, terão e vão ter problemas, que em cima fui relatando.
Não é um mar de rosas, e tenho até algum receio pelos nossos compatriotas Brasileiros, que se vêm abraços na criação de uma Lei que venha a regulamentar as apostas online no Brasil.
Boa sorte camaradas, é o que eu desejo, e que que seja uma Lei justa para todos, e que futuramente não se vejam ou revejam neste artigo. Em Portugal, resta-nos simplesmente esperar, imigrar, ou ter esperança que um dia tudo mude, ou que seja um pouco melhor para aqueles que apostam e ganham algum com isto!
Este foi um artigo, digamos, mais de mão à consciência e também de alerta, pois o que está aqui acontecer é a realidade e quero que a percebam.
Um abraço, boa sorte e até ao próximo artigo!