O mundo do futebol, e não só, está em choque. Aos 60 anos de idade, aquele que é para muitos o melhor futebolista de todos os tempos partiu precocemente, vítima de uma paragem cardiorrespiratória, de acordo com a informação veiculada pela imprensa argentina. Para trás, Diego Armando Maradona deixa um legado inquestionável e um conjunto de histórias, dentro e fora do campo, para contar e recontar eternidade dentro.
O FUTEBOL ESTÁ DE LUTO: EL PIBE PARTE AOS 60 ANOS
25 de novembro de 2020. Um dia que ficará indelevelmente marcado na história da humanidade e, muito em particular, no planeta do futebol.
Durante a tarde de ontem, caiu como uma bomba a notícia que dava conta do falecimento de Diego Armando Maradona, um dos maiores jogadores de todos os tempos, reconhecido por boa parte dos adeptos de futebol como o maior de sempre, por mais discussão que exista e traga para a baila nomes como Pelé, Eusébio, Ronaldo ou Messi.
O “astro” havia sido submetido com sucesso a uma operação ao cérebro há poucas semanas e encontrava-se em Tigre, na Argentina, em repouso e fase de recuperação.
Segundo a imprensa, consta que Maradona entrou em paragem cardiorrespiratória e acabaria mesmo por falecer, tornando goradas as tentativas de reanimação feitas pelos médicos que o socorreram.
UMA CARREIRA BRILHANTE E A “VIDA LOCA”
Com uma história de vida muito peculiar, que o fez ser protagonista de vários episódios polémicos ao longo da sua vida, quer ainda nos relvados, quer após o final da carreira como jogador, Diego Armando Maradona ficará para sempre recordado como um dos maiores génios da história do futebol.
Dono de uma capacidade de drible incrível e uma audácia distinta para a época, ‘El Pibe’ formou-se nas camadas jovens do Argentinos Juniors, antes de rumar ao Boca Juniors, em 1981.
Apenas um ano depois, Maradona rumou ao futebol europeu para vestir a camisola do Barcelona, onde passou dois anos, na antecâmara da etapa onde mais brilhou nos relvados do futebol mundial, entre 1984 e 1991, ao serviço do Nápoles e da Seleção Argentina.
Maradona tornou-se uma verdadeira lenda do clube napolitano, ao serviço do qual conquistou dois campeonatos, uma Taça de Itália, uma Supertaça e uma Taça UEFA.
Seguiu-se uma aventura nos espanhóis do Sevilla, antes do regresso à Argentina, onde representou as cores do Newell’s Old Boys e, por fim, do Boca Juniors.
Talvez o episódio mais alto da carreira de Maradona tenha sido em 1986, ano em que levou a Argentina a sagrar-se campeã do Mundo de seleções, protagonizando um dos lances mais célebres da história do futebol, nos quartos-de-final, diante da Inglaterra, com a famosa “Mão de Deus” a preceder um golo só ao alcance dos predestinados.
Durante a sua carreira como jogador, Maradona marcou 446 golos em 588 jogos pelos clubes que representou, registo a que soma 91 internacionalizações e 34 golos ao serviço da seleção das Pampas.
Como treinador, Maradona não teve tanto sucesso como dentro dos relvados – longe disso –, tendo o ponto mais alto dessa etapa sido no período entre 2008 e 2010, onde desempenhou funções de selecionador principal da seleção da Argentina.
Antes do acontecimento trágico da sua morte, aquele que para muitos é o rei da história do futebol recuperava da operação a um edema cerebral e desempenhava a função de treinador principal do Gimnasia La Plata.
FALECIMENTO DE MARADONA GERA ONDA DE REAÇÕES EM TODA A LINHA
A notícia chocou todo o globo e, se em Buenos Aires e em Nápoles as pessoas choram tristemente a morte do maior craque argentino da história do futebol (Messi poderá seguir-lhe as pisadas), um pouco por todo o Mundo as reações foram-se fazendo sentir ao longo desta última quarta-feira.
A UEFA, por exemplo, decretou um minuto de silêncio antes do início de todos os jogos da fase de grupos da Liga dos Campeões, tal como a CONMEBOL antes das partidas dos oitavos-de-final da Copa Libertadores.
As primeiras reações fizeram-se notar por parte das mais variadas instituições desportivas, com destaque, claro está, para a AFA (La Asociación del Fútbol Argentino).
Nas redes sociais, várias personalidades de grande craveira no futebol mundial endereçaram as suas condolências à família do craque e prestaram a sua homenagem a Maradona.
Pelé partilhou o desejo de «um dia, eu espero que possamos jogar bola juntos no céu».
Ao craque brasileiro, juntaram-se personalidades como Lionel Messi, Cristiano Ronaldo, Kylian Mbappé ou José Mourinho.
Na Argentina, o presidente Alberto Fernández decretou três dias de luto nacional, começando as cerimónias fúnebres esta quinta-feira e estendendo-se até ao próximo sábado no palácio presidencial da Argentina, sediado em Buenos Aires.
O mundo chora a partida de um dos maiores da história do desporto-rei, que tantas paixões movimenta e que, por horas como esta, dá as mãos em torno de uma causa maior.
Que a alma de ‘El Pibe’ Diego Armando Maradona descanse em paz.