Numa matéria recentemente divulgada na imprensa portuguesa, vários responsáveis oficiais de casas de apostas que operam legalmente em Portugal expressaram a sua preocupação com a concorrência dos operadores ilegais no país. Entre as medidas de combate, poderão estar a entrada de mais oferta no mercado regulado.
CASAS ILEGAIS REPRESENTAM MAIS DE 50% DA ATIVIDADE NACIONAL DO SETOR DAS APOSTAS
De acordo com informação divulgada pelo Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos (SRIJ), há interesse por parte de várias operadoras internacionais em lançar os seus serviços no mercado regulado nacional.
De forma bem expressiva, o SRIJ esclarece que «continuam a existir manifestações de interesse por parte de entidades que pretendem explorar jogo online em Portugal», não obstante o círculo de operadas legalizadas no país já incluir um total de 15 serviços, incluído 25 licenças atribuídas.
Na globalidade dos jogadores que atuam dentro do território nacional, cerca de 45% da comunidade atuam de forma exclusiva dentro da oferta regulada.
Quem o afirma é a Associação Portuguesa de Apostas e Jogos Online (APAJO), que acrescenta ainda que apenas algo em torno dos 5% trabalha apenas com as operadoras ilegais.
Acrescente também um número percentual a rondar os 50%, que parece querer aproveitar o melhor dos dois mundos, sem se importar em infringir a lei portuguesa.
Com o aumento da concorrência, a comunidade de apostadores poderá ver um incremento nas suas ferramentas de trabalho, sem dúvida. E de forma as operadas já licenciadas olham para a eventualidade de terem uma maior competição?
DIRETORES DA ESC ONLINE, BETANO PORTUGAL, SOLVERDE.PT E PLACARD.PT EXPRESSAM A SUA OPINIÃO
Em declarações prestadas ao Dinheiro Vivo, vários representantes oficiais das estruturas diretivas de alguns operadores licenciados e regulado no mercado nacional expuseram sem problemas o seu pensamento sobre o cenário atual no país.
Para o CEO da ESC Online, não há dúvidas de que «há espaço para receber novos operadores», até porque existem «umas largas dezenas de operadores no mercado ilegal».
No entanto, ao mesmo tempo que recorda que a atuação fora da lei deixa o apostador desprotegido, Rui Magalhães – que considera injusta a «concorrência desleal» – deixa clara a sua opinião sobre a entrada de novos operadores no círculo regulado:
«Esperamos que os operadores que estiveram ilegais no mercado, ou que ainda estão, não vejam os seus crimes premiados com a obtenção de uma licença», avisa.
Por sua vez, Ricardo Branquinho da Fonseca, representante da Betano Portugal, esclarece que o setor em Portugal «é substancialmente maior do que aquilo que é dado a conhecer», considerando que «claramente» pode vir a agregar mais empresas.
Como medida de redução na concorrência do jogo ilegal, o responsável da Betano no país defende a introdução de novas modalidades de atuação para os jogadores, tais como virtual sports e casinos Online ao vivo, onde os apostadores jogam em mesas com live dealers.
Américo Loureiro, diretor da Solverde (uma das casas a entrar mais recentemente de rompante no mercado nacional), considera o mapa do jogo ilegal o «concorrente mais perigoso do setor», advogando que sejam «implementadas medidas de combate eficaz».
É nesse sentido que o diretor da Placard Online, Tomás Gonçalves, sugere duas medidas para tornar coesa a luta contra o jogo ilegal – além de ser apologista da ideia da introdução de novos jogos (como os eSports) e da criação de protocolos de cooperação entre Portugal e outros países europeus.
A primeira passa por cortar a amplitude dos meios de pagamento (o operador que não tiver licença para operar em Portugal não poderá usufruir do sistema de meios de pagamentos lícitos), enquanto o segundo mecanismo passaria por bloquear a obtenção de uma licença às estruturas empresariais que já tenham atuado de forma ilegal dentro de portas.
Casas de Apostas
CRISE PANDÉMICA NÃO EXISTIU NAS APOSTAS EM 2020
Segundo os números oficiais relativos às receitas relacionadas com a atividade das apostas desportivas e jogo de fortuna e azar nos primeiros nove meses de 2020 (600 mil euros por hora: Recorde no jogo online em Portugal), não houve covid-19 que interrompe-se o crescimento do setor em Portugal.
A receita bruta alcançou a incrível marca de 223,1 milhões de euros, que representam um crescimento de quase metade (48,7%) em comparação com o cenário do período homólogo no ano civil anterior.
As apostas desportivas foram responsáveis por um lucro bruto de 97,8 milhões, mais 32,7% do que em 2019. Já os jogos de fortuna e azar alcançaram receitas à volta dos 125,4 milhões de euros (uma subida de 15,8%).
Num crescimento fixo em 19,2% face a 2019, o Estado Português encaixou qualquer coisa como 68,3 milhões de euros com o Imposto Especial sobre Jogo Online.
Preocupem-se em pressionar o Estado e o Regulador de forma a que estes alterem a legislação tornando-a atractiva aos verdadeiros players internacionais do mercado promovendo assim a real concorrência… ohh wait… isso não interessa.
Quando o Autor se intitula de Anónimo nunca se pode levar muito a sério.