A tarefa não se previa nada fácil, mas o melhor elogio que se pode fazer à atuação dos “dragões” após a derrota por 3-1 frente ao Manchester City, na 1.ª jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões, é que o resultado é enganador pelo que se passou em campo. Há, também, muita polémica associada ao lance que origina a grande penalidade do 1-1, em que Gündogan pisa – (in)voluntariamente? – Marchesín.
LIÇÃO TÁTICA AZUL-E-BRANCA ESBARROU NA ALTA QUALIDADE INDIVIDUAL DO CITY
Surpreendeu o onze escalado por Sérgio Conceição uma hora antes do início da partida, mas as dúvidas ficaram desfeitas assim que o senhor Treimanis, árbitro nomeado pela UEFA para a estreia portista na fase de grupos da Liga dos Campeões, apitou para o arranque das hostilidades.
Percebia-se que, sem bola, o FC Porto atuava de forma clara com uma linha de cinco atrás, com Mbemba, Pepe e o reforço Sarr no eixo e Corona, à direita, e Zaidu Sanusi, à esquerda, sobre as alas.
Um 5x4x1, com Marega solto na frente, que prometia complicar a vida à criação dos “citizens”… e complicou.
Sem deixar a equipa de Pep Guardiola chegar-se com perigo ao último terço, o FC Porto aproveitou uma má saída de bola por parte de Rúben Dias, numa jogada que culminou com um lance de génio de Luis Díaz, para a surpresa e o 1-0 favorável ao campeão nacional.
Antes da segunda parte, já com o resultado em 1-1 após um lance muito polémico (ver abaixo) que deu origem a uma grande penalidade convertida por Sergio Agüero, o FC Porto poderia ter aproveitado mais duas situações para chegar-se novamente à vantagem, com Uribe a definir mal um erro no primeiro momento de construção do City, fruto da pressão alta que os “dragões” exerciam.
No segundo tempo, a equipa de Conceição entrou bastante recuada no terreno, mas a retirar todo o espaço que a equipa de Manchester precisava, criando enormes dificuldades para o conjunto de Guardiola conseguir criar verdadeiras oportunidades de golo.
Só que o génio individual de Gündogan e, depois de Ferrán Torres, resolveu a questão. O médio alemão deu a reviravolta ao City ao minuto 65, com um livre cobrado de forma exemplar e o jovem espanhol, recém-entrado para o lugar de Agüero, tirou com classe Pepe do caminho e atirou para o 3-1 final, apenas oito minutos depois.
Até final, houve tempo para os reforços Nanu, Taremi e Evanilson (em estreia absoluta) irem a jogo, além do regressado Nakajima. Nota de destaque para Felipe Anderson, que não saiu do banco de suplentes depois de uma atuação com pouca influência no rendimento da equipa no “clássico” com o Sporting.
CONCEIÇÃO REVOLTADO COM A ARBITRAGEM
Após o final do jogo, já depois de protagonizar uma discussão mais acesa com Pep Guardiola, no relvado junto à linha lateral no decorrer da partida, Sérgio Conceição era a imagem da reviravolta e da desilusão.
Em questão, a falta de Ilkay Gündogan que precede a falta de Pepe sobre Raheem Sterling, que dá origem ao “penalty” do 1-1 na primeira parte, mas também uma suposta falta de João Cancelo sobre Pepe, na grande área do City, num lance bastante parecido ao que Zaidu e Pedro Gonçalves protagonizaram no clássico do passado fim-de-semana, na altura com a reversão da decisão de grande penalidade, após recurso do árbitro Luís Godinho ao VAR.
Em conferência de imprensa após o jogo, o treinador do FC Porto considerou que «devo um pedido de desculpas a todos os árbitros em Portugal.
Sentimo-nos prejudicados, tínhamos tudo para conseguir um resultado positivo. É o primeiro jogo, mas estou convicto que vamos dar resposta no próximo e temos uma palavra a dizer pelo apuramento»,
disse Conceição, apontando já baterias à contenda da 2.ª jornada, com o Olympiakos.
SORTES DIFERENTES PARA OS PORTUGUESES: CASTRO BATEU ZIDANE, BRUNO VENCEU DANILO
Na terça-feira, destaque para a vitória do Manchester United sobre o Paris Saint-Germain, com Bruno Fernandes a marcar um dos golos da vitória por 2-1 e Danilo Pereira a surpreender entre as primeiras escolhas de Thomas Tuchel nos parisienses.
Francisco Trincão foi, também, primeira escolha de Ronald Koeman no onze titular do Barcelona frente ao Ferencváros (5-1). Diferente sorte teve o lateral Raphael Guerreiro, do Borussia Dortmund, que perdeu em Itália com a Lazio, por 3-1.
Já na quarta-feira, novamente vários portugueses em ação pela Liga dos Campeões, com o destaque a ir para a vitória do Shakhtar Donetsk de Luís Castro sobre o Real Madrid de Zidane (3-2). Também Éder esteve em realce, ao marcar um dos golos do Lokomotiv Moscovo no empate (2-2) com o Salzburg.
Sem andamento para o campeão europeu, o Atlético Madrid (que fez alinhar João Félix e Suárez na frente) saiu de Munique vergado a uma goleada de 4-0 pelo Bayern.
Por fim, também no grupo de FC Porto e City, Pedro Martins (Olympiakos) levou a melhor sobre André Villas-Boas (Marseille), com um golo já em cima do cair do pano de Hassan (ex-Braga).