Portugal vs Irão – Mundial 2018: Tudo em aberto neste Grupo B, com Espanha, Portugal e Irão a lutarem por duas vagas de acesso aos oitavos-de-final
estando apenas a seleção de Marrocos fora da corrida à entrada para esta última jornada.
Espanha e Portugal ocupam os primeiros lugares, com 4 pontos, enquanto o Irão é terceiro, com 3 pontos. Significa isto que os iranianos têm de ganhar a Portugal para se apurar, enquanto à turma lusa serve o empate.
Trajeto do Irão no Mundial-2018
Jogo #1: Marrocos 0x1 Irão
No primeiro jogo, o Irão surpreendeu e somou 3 importantíssimos pontos para alimentar o sonho da qualificação, algo que não passa precisamente de um sonho, pois com Espanha e Portugal no grupo é impossível definir como objetivo o apuramento.
Nesse jogo com Marrocos, os marroquinos até entraram melhor, o Irão surpreendentemente cometeu alguns erros defensivos e em virtude da sua desorganização permitiu a Marrocos a criação de algumas oportunidades, que não conseguiram capitalizar e transformar em golo.
Com o avançar do tempo, o Irão foi melhorando e até dispôs de algumas ocasiões para marcar, especialmente uma a meio da primeira parte.
No segundo tempo, o Irão apresentou-se mais coeso e novamente a oferecer a iniciativa do jogo ao adversário, que sentiu mais dificuldades para criar ocasiões, apesar do domínio em termos de posse.
Numa jogada fortuita já perto do apito final, em período de descontos, o Irão chegou à vitória, com um auto-golo de um avançado marroquino que tinha entrado antes dos 80′ para o jogo, após livre conquistado na esquerda do ataque.
É injusto falar em justiça no futebol, mas a verdade é que, nesse jogo, foi Marrocos a equipa que mais situações criou, que mais fez para ganhar o jogo, acabando por ter sido o Irão a sorrir.
Jogo #2: Irão 0x1 Espanha
No jogo de dificuldade mais acrescida, na minha opinião a seleção iraniana deixou melhor imagem. Na primeira parte, mostrou-se extremamente solidária e coesa a defender, impedindo mesmo a seleção espanhola de criar uma única verdadeira oportunidade de golo.
Os espanhóis, naturalmente, dominaram o jogo, com bola, mas pouca criatividade, tal era a organização e o acerto defensivo do Irão, que atuou com as linhas muito juntas e com praticamente toda a equipa a participar no processo defensivo.
Na segunda parte, a Espanha entrou forte e conseguiu baralhar a organização iraniana cedo, criando duas ou três oportunidades até aos 52′, ou seja, criando mais em 7 minutos do que criou nos primeiros 45.
Ainda assim, não conseguiram marcar e foi mesmo o Irão a introduzir primeiro a bola na baliza, num golo bem anulado por fora-de-jogo. No seguimento, Diego Costa marcou sem perceber bem como o 1-0 para a Espanha, que viria a dar a vitória aos espanhóis.
A verdade é que, depois do golo, a Espanha voltou a adormecer um pouco e até foi o Irão a surpreender, a querer jogar e a ficar perto do golo do empate, que podia ter surgido em duas ocasiões, com mais perigo num cabeceamento que saiu por cima da baliza depois de Piqué levar um nó cego épico.
Mesmo a acabar, talvez o Irão pudesse ter criado mais qualquer coisa num lançamento lateral, que não foi aproveitado por puro amadorismo do lateral que o… tentou executar de forma acrobática a 20 segundos do fim.
Excelente imagem deixada pelo Irão, num jogo em que criou imensas dificuldades à seleção espanhola, tanto a defender, como numa fase mais adiantada a partida no ataque. Sério aviso deixado para o encontro da última jornada com Portugal.
Trajeto de Portugal no Mundial-2018
Jogo #1: Portugal 3×3 Espanha
Um ponto em que a seleção portuguesa bem pode agradecer a Cristiano Ronaldo por tê-lo conseguido. Isto porque, dos 90 minutos de jogo, Portugal só esteve bem nos primeiros 15/20, criando dificuldades à Espanha para entrar no último terço e criar perigo.
Desde aí, o processo defensivo revelou várias dificuldades, algo estranho até para a consistência tática que a equipa de Fernando Santos vinha a apresentar e que até era a sua imagem de marca.
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Apesar de ter ido para o intervalo a ganhar por 2-1, com penalty e tiro de Ronaldo com ajuda de De Gea, Portugal voltou a dormir, muito pouco agressivo e a apostar exageradamente em dar a iniciativa de jogo à Espanha
e, pior, defendendo mal, como fica evidente no lance do 2-2, em livre cobrado de forma estudada pelos espanhóis, que chegaram com justiça, pouco depois, ao 3-2, num grande remate de Nacho.
Até ao fim, Portugal não conseguiu incomodar De Gea e nada fez para justificar o empate, até que CR7 bateu com enorme categoria um livre como há muito não fazia já perto dos 90′, deixando De Gea sem hipótese de defesa e sem culpas, ele que no 2-1 de Portugal deu enorme frango.
A haver vencedor nesse jogo, teria que ser a Espanha, pelo futebol que apresentou e oportunidades que criou.
Na segunda parte, especialmente, Portugal não existiu em termos ofensivos e, na primeira, falhou em duas ocasiões golos por alguma ansiedade ou nervosismo de Gonçalo Guedes.
Jogo #2: Portugal 1×0 Marrocos
Esperava-se que Portugal no segundo jogo apresentasse mais qualidade, apesar dos argumentos ofensivos da seleção marroquina tínhamos tudo para marcar mais do que eles e até foi assim.
Mas apenas em termos de resultado, porque no futebol jogado Portugal esteve muito inferior aos africanos, que jogaram com mais vontade, mais intensidade e mais querer.
A ganhar desde bem cedo (Ronaldo marcou o 4.º golo no Mundial aos 4′), a seleção portuguesa tinha tudo para estabilizar emocionalmente e ferir Marrocos em contra-ataque, algo que simplesmente não aconteceu por não haver capacidade de criação desse tipo de ocasiões.
Quem criou e várias vezes foi a seleção africana, que viu Rui Patrício negar o 1-1 num par de situações.
Coletiva e individualmente, foi uma exibição para esquecer do campeão europeu, que só poderá melhorar daqui para a frente, porque piorar ou até repetir é um pouco impossível.
Peças como Bernardo Silva, Raphäel Guerreiro, Gonçalo Guedes e até Ronaldo estiveram desinspirados, no meio-campo as coisas não funcionaram, João Mário esteve ausente do jogo, enfim, é escusado individualizar mais porque, exceção feita a Patrício, todos estiveram mal, uns mais que outros.
Em jeito de resumo, já disse o que achei desse jogo. Marrocos merecia muito mais, Portugal teria de ter jogado muito mais e teve sorte em conseguir a primeira vitória neste Mundial,
Fernando Santos no pós-jogo admitiu que não percebeu o que se passou e que muitas coisas teriam de ser corrigidas – disse o mesmo depois da Espanha e nada mudou entretanto.
Prognóstico Portugal vs Irão:
Há um dado fundamental na análise a este jogo, é que é de caráter decisivo, decide quem se apura e o Irão terá sempre de ganhar o jogo para poder seguir em frente, algo que Portugal pode usar a seu favor.
Ainda assim, não espero que Fernando Santos vá defender o 0-0 e oferecer muito a iniciatava de jogo ao Irão, que deve priorizar o seu sistema defensivo uma vez mais, para tentar ferir Portugal em contra-ataque e aproveitar ao máximo eventuais lances de bola parada conquistados ao longo da partida.
Se em termos de atitude as coisas podem e devem melhorar em Portugal, os erros defensivos que aconteceram nos dois primeiros jogos não surgem por falta de agressividade apenas e dificilmente se corrige tanta coisa em dias.
Em termos de organização defensiva coletiva, o Irão é neste momento superior a Portugal, mas ofensivamente a equipa de Fernando Santos tem condições para fazer muito mais que o que fez até aqui.
Pelos riscos que o Irão terá de correr e pelas melhorias que devem acontecer, a nível ofensivo, nos campeões da Europa, acredito que seja um jogo com algumas ocasiões e com boas possibilidades de terminar com golos nas duas balizas,
sendo pouco provável terminar com empate, pela necessidade que o Irão tem de ganhar, não lhes interessando minimamente a divisão de pontos, algo que a Portugal até interessa, mas que poderá aproveitar para marcar pelo menos 2 golos e vencer o jogo.
Portugal vs Irão |
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Ambas Marcam a |
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