Com o título de um dos clubes mundiais que mais e melhor se reforçou nestes últimos anos à procura de melhorar drástica e rapidamente o seu rendimento desportivo, o PSG chega a estes quartos-de-final da Champions com esperanças de poder surpreender e seguir ainda mais em frente.
Com um trajecto fantástico até aqui na competição, os franceses só perderam no Porto (1-0) e empataram na segunda-mão da eliminatória passada na recepção ao Valencia (1-1), tendo de resto ganho tudo o que havia para ganhar, merecendo destaque os triunfos diante do FC Porto (2-1) e em Valencia (2-1).
Na Ligue 1, o PSG lidera com grande conforto (61 pontos contra os 54 do segundo classificado Marselha), nem tanto por uma campanha deslumbrante, mas muito por culpa da quebra dos seus concorrentes directos na luta pelo título, de onde se destacam Marselha e Lyon. Mesmo assim, a equipa parisiense segue no comando com 18V, 7E, 5D, 54-20G num total 30 jornadas. O momento de forma não é mau, mas também está longe de ser o melhor.
Nos últimos cinco jogos, o PSG perdeu fora com o Reims (1-0), empatou com o Valencia (1-1, num resultado que até acaba por não ser mau, já que garantiu a qualificação para esta fase), ganhou ao Nancy (2-1), empatou fora com o Saint-Étienne (2-2) e bateu na última sexta-feira o Montpellier (1-0) com grande dificuldade. Depois desta recepção ao grande Barcelona, a equipa do PSG desloca-se até ao terreno do Rennes, no próximo sábado, em jogo a contar para o campeonato francês.
PSG – Sirigu; Jallet, Thiago Silva, Alex, Maxwell; Verratti, Matuidi; Lucas Moura, Lavezzi, Pastore; Ibrahimovic.
O Barcelona é, como se sabe, uma das grandes potências – se não a maior – do futebol mundial e tenta nesta temporada voltar à final da Champions, algo de que ficou impossibilitado na última época após a eliminação nas meias-finais à boca do Chelsea (que viria a sagrar-se campeão europeu). Nesta edição da Liga dos Campeões, os catalães não têm deslumbrado, longe disso, mas têm feito o necessário para ir chegando até aqui.
Até começaram a fase de grupos com três triunfos, mas na recta final perderam pontos com o Celtic (2-1) e o Benfica (0-0). Nos oitavos-de-final, o Barcelona perdeu em Itália com o AC Milan (2-0), corrigindo na segunda-mão os erros da primeira e goleando por 4-0 a formação italiana. Na liga espanhola, são donos e senhores há já algum tempo, pelo que ocupam o 1.º lugar com 75 pontos em 29 jornadas (24V, 3E, 2D, 90-33G), o que representa uma distância simbólica de 13 pontos para o rival Real Madrid no segundo lugar, pelo que o título nacional está praticamente garantido na Catalunha.
Depois de um período onde deixaram bastante a desejar e onde se incluíram duas derrotas seguidas contra o Real (3-1 e 2-1), o Barcelona deu boas respostas, ao bater Deportivo (2-0), AC Milan (4-0) e Rayo Vallecano (3-1). No sábado, não foi além do empate em Vigo contra o Celta (2-2), numa jornada onde os três primeiros classificados do campeonato somaram todos apenas um ponto. No sábado, o Barça recebe o Mallorca, para a liga. Para esta deslocação a França, estarão ausentes Pedro, Adriano e Puyol, sendo que o regresso que merece maior destaque é o do treinador principal Tito Vilanova, após longa ausência por tratamento de doença.
BARCELONA – Valdés; Dani Alves, Piqué, Mascherano, Jordi Alba; Xavi, Busquets, Iniesta; Alexis, Messi e David Villa.
Excelente jogo em perspectiva a abrir esta ronda de quartos-de-final da Liga dos Campeões, entre duas equipas com credibilidade bastante distinta na Europa do futebol. O PSG tenta reerguer-se e destacar-se rapidamente entre a elite, enquanto o Barcelona é a equipa com mais créditos firmados nesse particular pelo que tem feito ao longo das últimas épocas.
Nesta primeira-mão, espero ver um PSG bastante personalizado a defender (não esquecer o toque italiano da equipa, por intermédio do treinador Carlo Ancelotti), à procura de brechas no contra-ataque para poder marcar um golo que deixa a eliminatória em aberto para a segunda-mão, tendo todas as condições para o fazer, até porque um ataque composto por Lucas, Lavezzi, Pastore e Ibrahimovic parece-me mais que suficiente para marcar a um Barça que é muita vez apanhado desprevenido no contra-golpe (para me ajudar, Puyol está fora e Mascherano a central não dá, na minha opinião, as mesmas garantias).
Já do lado dos espanhóis, espero logicamente um jogo com grande posse de bola, tal como é hábito, a consciência de que um golo fora é sempre importantíssimo e de que a história de Milão não se poderá repetir e para tal será necessária outra lucidez e criatividade a atacar. Para reforçar a moral da equipa há o regresso de Vilanova ao comando técnico da equipa, depois de algumas semanas de ausência. Por tudo o que já expus, creio que a melhor aposta neste jogo é mesmo a de as duas formações chegarem ao golo, sendo que oportunidades para tal não faltarão, espero.