A edição de 2020/21 do campeonato italiano tem o seu início marcado para este próximo sábado, numa Serie A onde a Juventus, de Cristiano Ronaldo, perseguirá a inédita conquista do decacampeonato. Ainda assim, a “Vecchia Signora”, que estreia Andrea Pirlo como treinador principal, poderá estar sob a real ameaça de equipas que prometem vir a subir o nível exibido em 19/20.
QUEM ESTÁ EM CONDIÇÕES DE BELISCAR A HEGEMONIA DA JUVENTUS?
Na última temporada, a equipa que foi orientada por Maurizio Sarri até à surpreendente queda nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões (contra o Lyon) chegou ao 9.º título consecutivo, um feito inédito e ao alcance de poucos em ligas de topo mundial.
A tarefa para chegar à 10.ª conquista seguida, que parece, segundo as previsões das casas de apostas (ver abaixo), o cenário mais provável, poderá, ainda assim, não vir a ser tão simples de levar a cabo quanto isso.
A equipa de Turim conseguiu manter as suas principais estrelas (falo, claro está, de Cristiano Ronaldo e Paulo Dybala), mas tem no pelotão da frente uma perfeita incógnita, por mais que seja um homem perfeitamente identificado com os ideais do clube e conhecedor da realidade italiana.
Andrea Pirlo foi o escolhido para suceder a Maurizio Sarri, para aquela que será a primeira aventura do ex-internacional italiano, que passeou uma classe singular nos relvados de topo do futebol mundial durante cerca de duas décadas, como técnico principal.
O Inter, que depois de muita tinta ter corrido, manteve a aposta em Antonio Conte, pelo que será perfeitamente possível que, no segundo ano à frente da equipa de Milão, o ex-Juve possa vir a apresentar uma equipa mais capaz de ter um rendimento coeso e sequencial até final da Serie A.
A correr por fora, surgirão os nomes de Atalanta, Lazio, Nápoles e AC Milan, com a AS Roma num patamar ligeiramente inferior, na minha opinião.
O futebol que a equipa de Gian Piero Gasperini tem vindo a apresentar consistentemente já há várias épocas pode bem vir a catapultar a formação da Atalanta para um patamar superior àquele que exibiu em 19/20. Para tal, será fundamental manter a consistência demonstrada na segunda volta da última edição da Serie A.
Já Lazio, Nápoles e AC Milan também apostaram na continuidade do trabalho desempenhado na última temporada, com Simone Inzaghi, Gennaro Gattuso e Stefano Pioli, respetivamente, ao leme das suas equipas, o que poderá ser sempre um trunfo a ter em conta numa longa corrida de vários meses.
O REFLEXO DA PANDEMIA NO MERCADO ITALIANO
Ainda que em Itália o futebol não seja propriamente dado a “loucuras”, como tem acontecido frequentemente nos últimos anos em Inglaterra, França ou Espanha, a verdade é que, à data do arranque da Serie A 2020/21, apenas três contratações superaram a marca dos 30 milhões de euros de investimento.
No topo da lista estão, separados por um “escasso” valor, Arthur, médio brasileiro que trocou o Barcelona pela Juventus a troco de 72 milhões de euros (com Miralem Pjanic a fazer o percurso inverso), e o nigeriano Victor Osimhen, que rumou ao Nápoles por incríveis 70 milhões de euros provenientes dos franceses do Lille.
A completar o top-3, surge o marroquino com nacionalidade espanhola Achraf Hakimi, que passou a última época no Borussia Dortmund por empréstimo do Real Madrid, que encaixou cerca de 40 milhões de euros para a sua venda ao Inter de Milão.
“POWER RANKING” DA SERIE A 2020/21
E se começarmos esta abordagem das equipas mais fortes sob a perspetiva do valor de mercado dos seus plantéis e a comitiva mais valiosa não for a da Juventus? Pois é.
É o Inter de Milão que figura no topo da lista dos plantéis mais caros da Serie A 20/21, com um valor global de 720,60 milhões de euros, segundo dados recolhidos no fiável Transfermarkt.
A ‘Vecchia Signora’ surge logo atrás, com um plantel de valor a rondar os 662,40 milhões de euros, com o Nápoles (avaliado em 591,08 milhões) a completar o top-3.
Pessoalmente, creio que a luta pelo ‘Scudetto’ andará mesmo entre Juventus e Inter, até porque prevejo dificuldade para a Lazio voltar a exibir o elevado nível competitivo que demonstrou durante a maior parte da última época e equipas como Nápoles e AC Milan não parecem ter a consistência necessária para uma maratona de 38 jornadas.
A luta pelas restantes duas posições do top-4 andará, por certo, entre Nápoles, Atalanta, AC Milan, Lazio e AS Roma, havendo boas perspetivas de equipas como Sassuolo, Torino e Fiorentina poderem vir a superar as campanhas da última época e intrometer-se na luta pela qualificação para a Liga Europa.
Na luta pela manutenção, naturalmente os três recém-promovidos (Spezia, Crotone e Benevento) parecem vir a ter a tarefa teoricamente mais complicada, ainda que alguns históricos do futebol italiano, tais como Génova, Sampdoria, Udinese ou Bologna precisem de vigiar atentamente as suas condições para não virem a tropeçar na queda para Serie B.
De resto, conjuntos como Cagliari, Parma e Hellas Verona, que em 2019/20 conseguiram trajetos bastante simpáticos e que lhes permitiram escapar do “stress” da fuga à descida na reta final do campeonato, apontam a caminhadas tranquilas.
Segundo as odds da Betano, a Juventus de Cristiano Ronaldo parte na “pole position” (1.72) para chegar à 10.ª conquista consecutiva do título de campeã italiana.
O grande candidato das casas de apostas a interromper o ciclo hegemónico da ‘Vecchia Signora’ é o Inter de Milão, com odds de 2.90 para erguer o caneco, segundado por Nápoles e Atalanta no mesmo patamar (13.00) e ainda Lazio (16.00) e AC Milan (18.00).