Continua a dar que falar a realização do primeiro Grand Slam de ténis após a retoma da modalidade. Com início agendado para 31 de agosto em Nova Iorque, o US Open tem visto vários tenistas anunciar a sua desistência em virtude do receio que existe em relação à pandemia de Covid-19 que assola todo o globo e, muito em particular, os Estados Unidos.
NADAL E FEDERER ENTRE AS AUSÊNCIAS MASCULINAS
Ao longo das últimas semanas, têm sido vários os casos de tenistas de renome internacional e bem colocados no ranking mundial que anunciaram que não vão participar no US Open 2020, por receio de contraírem a infeção provocada pelo novo coronavírus, que continua a provocar várias vítimas no território norte-americano, sendo Nova Iorque um dos estados mais afetados pela pandemia.
A Roger Federer, que se encontra a recuperar de lesão no joelho e que já se sabia previamente que não voltaria a jogar em 2020, juntam-se outros oito tenistas do top-10 do ranking ATP que não participarão no US Open, que decorrerá numa bolha formada pela federação norte-americana, que também organizará o Cincinnati Masters, com arranque previsto para o próximo sábado.
Um dos grandes destaques na lista de desistências é a de Rafael Nadal, atual número 2 do ranking ATP masculino e vencedor em título do US Open. O tenista espanhol anunciou que não irá defender a conquista de 2019, perdendo assim a possibilidade de alcançar Roger Federer no número de conquistas do Grand Slam.
Na rede social Instagram, Nadal referiu que «depois de pensar muito, decidi não participar no US Open. A situação sanitária continua muito complicada por todo o mundo, com casos de covid-19 que parecem fora do controlo.
Sabemos que o calendário para este final de época, depois de quatro meses sem jogar, é uma barbaridade, mas agradeço os esforços de todas as partes para que os torneios aconteçam», atirou.
A Nadal e Federer, juntam-se Gael Monfils (9.º classificado), Fabio Fognini (11.º), Stan Wawrinka (17.º), Nick Kyrgios (40.º), Jo-Wilfried Tsonga (49.º), Lucas Pouille (58.º), Pierre Hughes Herbert (71.º) e Alexei Popyrin (103.º) entre as desistências masculinas.
Em sentido contrário, Portugal estará representado por intermédio dos tenistas João Sousa e Pedro Sousa, ao passo que o Brasil terá Thiago Monteiro e Thiago Wild no torneio norte-americano, que será o segundo Grand Slam a realizar-se em 2020, depois do cancelamento de Wimbledon e do adiamento de Roland Garros para o próximo mês de setembro.
ASHLEIGH BARTY, SIMONA HALEP E BIANCA ANDREESCU TAMBÉM NÃO VÃO AO US OPEN 2020
Entre as mais de duas dezenas de desistências femininas, um dos destaques vai para a romena Simona Halep, que venceu recentemente o Open de Praga, o segundo torneio europeu realizado após a interrupção forçada pela pandemia, sendo a atual 2.ª classificada no ranking ATP feminino.
Também Ashleigh Barty, atual líder entre as mulheres, e Bianca Andreescu, campeã em título do US Open, anunciaram que não vão participar no Grand Slam, que fica assim com mais desfalques entre o top-10 feminino do que presenças.
É que, aos três nomes já referidos, juntam-se os de Elina Svitolina (5.ª), Kiki Bertens (7.ª) e Belinda Bencic (8.ª). Merece ainda referência a ausência de Fiona Ferro, atual número 44 do ranking mundial e vencedora do WTA de Palermo, disputado no início deste mês de agosto em Itália.
Para suprir as baixas de vulto, o US Open tem promovido vários convites, com destaque para os que a organização norte-americana endereçou a Kim Clijsters, jogadora belga de 37 anos com três títulos do US Open no palmarés, e a Andy Murray, britânico que teve os seus tempos de glória entre 2010 e 2016 com várias conquistas de renome, com destaque para dois títulos de Wimbledon e a vitória no US Open 2012.
FAVORITISMO MUDA DE CENÁRIO?
Com o anúncio de várias desistências, é natural que as probabilidades de vitória associadas a cada tenista mudem de cenário. Novak Djokovic, atual n.º 1 do ranking masculino, já confirmou a sua participação e será um dos grandes favoritos a vencer o Grand Slam.
Também Dominic Thiem será um dos principais nomes a ter em conta, até porque é um dos tenistas em melhor forma, numa altura em que caminhamos a passos largos para o tiro de partida do torneio que decorrerá em Nova Iorque, no Billie Jean King National Tennis Center, até ao dia 13 de setembro.
Além de atravessar um bom momento, o jogador austríaco foi também quem mais partidas realizou no pós-retoma, tendo, assim, a seu favor um bom ritmo competitivo… em teoria.